O ozônio, que anteriormente era bastante conhecido por suas relações com o efeito estufa, assume atualmente uma nova função: a de salvar vidas. Trata-se da terapia com ozônio, um tratamento complementar benéfico para uma série de indicações.
Saiba o que é ozonioterapia, como ela é feita e de que forma atua no organismo.
O que é ozonioterapia
Uma das terapias médicas mais inovadoras da atualidade, a ozonioterapia consiste na administração do ozônio (gás cuja composição é de 3 átomos de Oxigênio – O3) no corpo humano.
Objetivos da ozonioterapia
Os objetivos residem no fato de ajudar na oxigenação dos tecidos, reduzir consideravelmente dores crônicas, como as causadas por patologias como a fibromialgia e artrite reumatoide, além de ampliar a resposta do sistema imunológico a doenças infecciosas ou até ao HIV.
Contudo, apesar da variedade de indicações, o ozônio deve ser administrado sempre por profissionais competentes – médico ou enfermeiro.
Vale lembrar que, apesar de ter pouquíssimos efeitos colaterais e representar uma opção de terapia segura, a ozonioterapia ainda é indicada apenas como tratamento alternativo para doenças crônicas e, portanto, não deve substituir tratamentos médicos convencionais.
Tratamentos em que a ozonioterapia pode ajudar
Pela própria composição, a ozonização proporciona um aumento do oxigênio nos tecidos, causando a interrupção de processos que não sejam saudáveis ao corpo, tais como infecções, processos oxidativos ou mesmo bactérias patogênicas.
Dessa forma, a ozonioterapia pode ser considerada uma ótima opção para ajudar no tratamento de várias doenças:
1. Doenças respiratórias
A ozonioterapia pode ser uma boa maneira auxiliar para o tratamento de doenças que ocasionam sintomas como a falta de ar, por exemplo.
Por promover o aumento da quantidade de oxigênio que entra no sangue e nos tecidos do corpo, reduz o estresse pulmonar e, portanto, se revela como uma opção bastante viável para aliviar sintomas de bronquite, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) ou asma.
Especificamente em casos de DPOC, segundo portais informativos sobre saúde, como Tua Saúde, estudos recentes mostraram inclusive que a auto-hemotransfusão de ozônio pode ser uma técnica capaz de ampliar a capacidade de resistência para que portadores dessa doença consigam realizar atividades físicas com maior conforto respiratório.
Apesar de todos esses benefícios médicos, contudo, é preciso levar em conta que o ozônio também é considerado tecnicamente um poluente, não sendo, portanto, recomendada sua inalação ou utilização em aparelhos purificadores de ar, por exemplo, sob risco de irritação ou dano aos pulmões, bem como a piora de condições de doenças respiratórias pré-existentes.
2. Sistema imunológico debilitado
Os benefícios da ozonioterapia também se estendem a quem precisa de tratamentos que demandam aumento de imunidade, pois melhora consideravelmente as respostas do sistema imunológico.
O ozônio age melhorando a circulação do sangue e ativando as enzimas antioxidantes, o que reduz os danos causados às células pelos radicais livres.
Essa forma de aplicação torna a ozonioterapia uma aliada em potencial no tratamento de doenças como artrite reumatoide, miastenia gravis ou mesmo esclerose múltipla, patologias conhecidas por suas características autoimunes.
3. Infecção por HIV
Estudos demonstraram que a ozonioterapia, em especial a efetuada por auto-hemotransfusão, pode auxiliar muito na melhora das condições de saúde do paciente a longo prazo, uma vez que tem capacidade de redução da carga viral que circula no corpo.
Esses resultados são possíveis graças à ação antimicrobiana do ozônio, que além disso potencializa a atuação do sistema imunológico e pode ser considerado um ótimo complemento no tratamento de infecções por HIV.
Entretanto, vale relembrar que a ozonioterapia não deve em hipótese alguma ser considerada a substituta dos tratamentos médicos convencionais.
4. Tratamento do câncer
Embora ainda sejam necessários estudos adicionais, alguns resultados preliminares já revelam uma redução dos efeitos colaterais mais comuns do tratamento de quimio e radioterapia (náuseas, vômito, cansaço excessivo, queda de cabelo ou mucosite), o que causa uma melhora tanto na qualidade de vida quanto no bem-estar físico e mental como um todo.
Além disso, essa terapia possibilita a inibição das citocinas – substâncias que estimulam o crescimento de células cancerígenas, e igualmente responsáveis por gerar resistência à quimioterapia – o que lhe confere potencial de melhora também no tratamento de câncer de cólon, um dos campeões de incidência no mundo.
5. Tratamento de infecções
Dada sua capacidade de redução de processos infecciosos, a ozonioterapia representa também um importante papel no tratamento de feridas infectadas ou mesmo patologias infecciosas na pele, geralmente causadas por vírus, bactérias, parasitas ou fungos.
A eficácia do tratamento nesses casos se dá pela ampliação da ativação do sistema imunológico, aliada à inibição do crescimento celular, fazendo com que haja um combate mais efetivo das infecções.
Alguns dos casos de infecções mais comuns envolvem herpes zoster, frieiras ou abcessos, mas já há estudos que demonstram a eficácia do ozônio agindo no combate a bactérias como Acinetobacter baumannii, Clostridium difficile e Staphylococcus aureus, bem como o fungo Candida , conhecido por causar candidíase vaginal ou mesmo intestinal.
Como dado adicional, a ozonioterapia também se revela uma importante auxiliar nos tratamentos odontológicos, por sua aplicação no tratamento e prevenção de cáries.
6. Complicações do diabetes
A oxigenação gerada pela ozonioterapia pode ainda atuar na redução dos riscos de complicações decorrentes de diabetes, como problemas de cicatrização ou úlcera do pé diabético, por exemplo.
A ação antioxidante do ozônio melhora a circulação do sangue e reduz o estresse oxidativo dos tecidos, ativando as respostas do sistema imunológico e reduzindo a inflamação.
Especificamente em casos de úlcera do pé diabético, a ozonioterapia auxilia no processo de fechamento mais rápido da ferida, além de atuar na redução dos riscos de infecção epitelial local.
7. Doenças osteomusculares
As ações anti-inflamatória, antioxidante e analgésica da ozonioterapia permitem que ela auxilie ainda no tratamento de distúrbios na articulação temporomandibular, além de problemas osteomusculares, tais como bursite, osteoartrite, hérnia de disco ou síndrome do túnel do carpo.
A terapia age melhorando a circulação do sangue em ossos e cartilagens, bem como reduzindo a dor crônica gerada pela inflamação ou pelo desgaste das articulações.
Segundo a Clínica de Terapias Integrativas e Complementares Dr. Ozônio, essas aplicabilidades dão ainda mais credibilidade aos estudos que apontam a ozonioterapia como indicada também para o alívio das dores crônicas advindas da fibromialgia, além do uso já conhecido pelos resultados alcançados na redução das dores relacionadas a doenças osteomusculares, o que permite aos pacientes portadores dessas patologias uma melhora considerável na qualidade de vida.
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Formas de aplicação da ozonioterapia
Além de saber o que é ozonioterapia, também é importante saber como ela pode ser realizada.
As formas de aplicação são variadas. Entretanto, é importante ressaltar que a escolha do método de aplicação pode variar conforme a patologia e condição a ser tratada, e deve ser indicada apenas por um médico.
Normalmente, a ozonioterapia é administrada por:
Injeção de ozônio
Consiste em literalmente injetar ozônio no paciente, e pode ser administrado diretamente na veia, entre os discos vertebrais ou mesmo intramuscular.
Aplicação cutânea
Esse método é mais utilizado para tratar feridas, como a úlcera do pé diabético, por exemplo, pois o gás é aplicado diretamente na pele.
Auto-hemotransfusão
A técnica envolve o procedimento de retirar certa quantidade de sangue do paciente, misturar esse sangue ao ozônio e reinseri-lo no mesmo paciente por via endovenosa.
Insuflação retal
O método de insuflação é um processo que utiliza um cateter cujo objetivo é soprar ozônio / oxigênio em determinadas cavidades como nariz, boca, vagina ou mesmo intestino, sendo este último intitulado insuflação retal.
Banho de gás
A técnica consiste em administrar ozônio via inalação. O paciente é inserido num tipo de câmara de gás ozônio, para que possa inalá-lo, por um curto período e em pequenas quantidades, devidamente dosadas.
Efeitos colaterais
Os métodos de aplicação da ozonioterapia ainda são pouco usuais, dada a necessidade de cuidado com a dosagem e a frequência dos tratamentos.
Uma vez que seja administrada de maneira incorreta ou em dose excessiva – nos banhos de gás, que se dão via inalatória, por exemplo – a ozonioterapia pode ocasionar problemas respiratórios sérios ou até danos nos pulmões.
Apesar disso, se devidamente utilizada, é considerada uma terapia segura e com poucos efeitos colaterais, que podem variar entre irritação epitelial, dor no local de injeção ou mesmo alguns hematomas.
Contraindicações
Apesar de seguro, esse tipo de tratamento não é recomendado para uso em crianças, gestantes, lactantes, tampouco em pacientes portadores de doenças como infarto agudo do miocárdio, intoxicação alcoólica, hipertireoidismo não controlado ou problemas sanguíneos, em especial a trombocitopenia.
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