Fisioterapia em HOME CARE – Dicas do Profº GIRALDELLI.
Conheço Wilson Giraldelli desde sua formação e o tenho como um vencedor, pois conseguiu o feito heroico de cursar Fisioterapia e Educação Física simultaneamente. Com Pós Graduação em Educação Física também ministrou aulas em diversas unidades da UNIP. Foi uma luta que assisti de perto e nas horas vagas o Wilson ainda ajudava seus colegas a montar suas monografias e TCCs da graduação. Foi também responsável pela organização de diversos Eventos com a missão de entregar conhecimento e prática de resultados aos participantes.
Veio de família humilde, mas de gente honrada e trabalhadora e desde que o conheci percebi que iria ter sucesso como Profissional da Saúde visto que, além de ser um grande estudioso possuía uma forte característica empreendedora.
Hoje com 23 anos de formado e atuando em São Paulo capital, se tornou uma referência como especialista em atendimento de Fisioterapia e Reabilitação em Home Care.
Não foi fácil conseguir um tempinho na sua agenda, mas quando lhe expliquei a finalidade desde post que é ajudar seus colegas Fisioterapeutas a obter e encantar Clientes, imediatamente ele se prontificou a contribuir com sua experiência e prática. Fiz 15 perguntas para o Wilson e ele deu dicas poderosas de como atender em Home Care e ter sucesso, um grande abraço!
Vamos a elas:
1 – Wilson, nos conte um pouco de sua história como Fisio e Educador Físico.
Formei na FUNEC – Fundação de Educação e Cultura de Santa Fé do Sul, no oeste do estado de São Paulo. Lá fiz as duas graduações, na qual Fisio que era integral e Educação Física no período noturno. Terminei Educação Física em 1991 e Fisio em 1992. A primeira Pós já comecei ali mesmo e terminei em julho de 1992 que foi na área de Educação Física, Ginástica em Academia.
Fui trabalhar em São José do Rio Preto, iniciei na Academia do Kazuo Nagamine que se tornou um grande amigo e um ano depois estava trabalhando com 5 ortopedistas em uma clínica de reabilitação.
Em 1997 iniciei como professor na UNIP de S. J. do Rio Preto, nas matérias de Eletroterapia e Ortopedia e Traumatologia. Administrei aulas na UNIRP da mesma cidade e UNIP de Araçatuba. Já em 1998 iniciei o atendimento de Home Care, nesta cidade.
Somente em 2002 vim para São Paulo e permaneço aqui até então. Continuei administrando aulas na UNIP de Jundiaí e alguns Campus aqui em São Paulo que foram o Tatuapé, Norte, Jaguaré, Aclimação, Anchieta, Marque e Chácara Santo Antônio.
Neste período nunca deixei de atender pacientes.
2 – O que você estudou além de sua Graduação?
Estudei várias outras matérias como administração, engenharia da produção, marketing, vendas, PNL e vários outros assuntos que possam agregar algo para meu crescimento pessoal. Nada que fosse muito profundo, mas nos dois primeiros, Administração e Engenharia de produção mais de 1 ano.
3 – Quem são seus clientes hoje?
Por trabalhar com Home Care são na maioria das vezes pessoas que não têm tempo para se deslocar a uma clínica ou centro de reabilitação para se tratar ou apresentam dificuldade de locomoção, também é mais conveniente para muitos deles por motivo de segurança pessoal e portanto preferem o atendimento domiciliar. Em relação a idade, estão entre 30 a 92 anos. Em relação ao nível escolar, 85% com curso superior.
4 – Como você os ajuda?
Com um tratamento personalizado o paciente tem um menor estres, pois não tem que se preocupar com deslocamento, movimentação, horários, segurança e o que é mais rentável para eles, o ambiente do lar. No decorrer da reabilitação, oriento aos pacientes a darem continuidade investindo na manutenção que pode ser feita em uma academia ou com a união de várias técnicas de cinesioterápicas com RPG, Pilates, bolas, hidroginástica entre outras.
5 – Quais os tratamentos mais procurados por seus clientes Home Care?
Atendo Home Care há 15 anos e o perfil dos pacientes foram, em uma sequência decrescente, geriatria, ortopedia, neurologia e respiratória. Neste último gostaria de fazer um adendo que é o paciente geriátrico que perdeu força, equilíbrio, mobilidade, resistência física em geral que é comum no indivíduo com mais de 70 anos que não praticam nenhuma atividade.
6 – Quais os horários que você atende seus clientes e quantas horas por semana?
Atendo das 09:00 as 18:00 horas e 5 pacientes em média. Tento adequar o atendimento à condição do paciente e minha disponibilidade. Tento deixar em horários fixos a maioria deles adequando quando necessário. O maior problema para atendimento de Home Care aqui em São Paulo é o deslocamento e assim tenho que computar uma margem de tempo para conseguir atender a todos. Trabalho de segunda a sábado e consigo almoçar em casa todos os dias da semana.
7 – Acredita que trabalhar na saúde tem a ver com missa de vida? Explique melhor.
Acredito que em várias áreas de trabalho tem a ver com missão de vida, porque quando você faz algo que gosta, tem satisfação de realização pessoal, mas quando pensamos na remuneração e qualidade de vida, em geral não é uma das melhores profissões, por isso garanto a qualquer um que se dispor em ganhar dinheiro na área de saúde é que você tem que ter estratégias que passaram a agregar valor ao seu produto que é a “prestação de serviço” assim terá uma melhor qualidade de vida com uma maior remuneração. Quando estamos iniciando temos que ganhar conhecimento e este tem um custo que é nosso empenho para trabalhar em hospitais, clínicas, ou centros de reabilitação, aí ganhamos muito mais experiências e nos especializamos e caminhamos para nosso crescimento profissional.
8 – Qual a maior lição que você aprendeu com a fisioterapia?
Acho que não tenho uma grande lição, mas várias delas e cada uma é maior em seu momento. Acredito que todos os dias aprendemos e com a soma destas lições, somos o que somos ou deixamos de ser. Vou citar uma que neste momento acho que é de grande valor, não é de superação, “milagre” ou sucesso profissional, mas sim um presente pessoal que pode ser dado por qualquer paciente a qualquer profissional da saúde.
Foi quando uma paciente com 91 anos, no qual eu já acompanhava por três anos, me falou em um dia de tratamento que eu conseguia ajuda-la como nenhum outro fisioterapeuta teria o feito. Pensei, se ela tem uma luxação recorrente de prótese de joelho que deveria ser trocada há 17 anos atrás, mas não o fez, e que agora os médicos não mais indicam uma cirurgia e ela não ganha força suficiente para andar, mas que eu teria feito meu trabalho que era dar maior qualidade de vida para ela fazendo com que andasse, fosse ao mercado, e realizasse outras AVDs. O que poderia ser? Ela prontamente respondeu o que eu pensava naquele instante, mesmo sem eu dar um sussurro. É que você me escuta e também fala comigo, assim consegue deixar meus dias mais felizes e quando não pode vir sinto falta de ter alguém para me ouvir. Alguns dias depois faleceu, pois teve infecção generalizada por causa de um tumor na bexiga que já a acompanhava por uns 18 anos.
Ai fica uma lição, temos que fazer o melhor trabalho que o nosso conhecimento assim o permite e nunca esquecer do bem mais precioso que temos “o paciente”.
9 – Quanto você cobra por uma avaliação? Como formar teu preço para o atendimento?
O valor de minha avaliação sempre está embutido no pacote de tratamento e raramente só avalio o paciente, mas quando acontece, hoje a minha avaliação custa 150,00.
Para formar o meu preço, levo em consideração a dificuldade de deslocamento, extensão do tratamento, prognóstico e condições do paciente e assim tenho paciente que pagam os valores que variam de 90,00 a 150,00 reais a sessão.
10 – Quem lhe indica pacientes?
Eles têm a melhor indicação que podemos ter que são outros pacientes, familiares dos paciente e amigos dos pacientes e até mesmo alguns médicos. Com um relacionamento de confiança que crio com todos, tenho maior facilidade de chegar aos novos pacientes.
11 – Como você se difere da concorrência?
Transmitindo confiança, aos pacientes e familiares, da minha competência profissional, sempre me atualizando do que temos na área e em outras áreas da saúde, também e principalmente, divulgando o que faço aos meus contatos.
12 – O que pretende fazer no futuro?
Quero realizar um sonho que é escrever um livro que possa agregar algo aos profissionais de nossa área e continuar estudando.
13 – Me dá umas dicas para quem está começando agora.
Acredito que deva ser alguns tópicos como:
- Sempre use seus dias de trabalho como uma sala de aula, assim terá uma lição nova para aprender;
- Mantenha um relacionamento de confiança com seus pacientes, familiares e amigos;
- Não deixem de investir em conhecimento;
- Acompanhem os profissionais que trazem bons conhecimentos até vocês;
14 – O que é importante para fazer sucesso nessa profissão?
Nós temos que investir no Marketing Profissional e Pessoal que fundamental, pense assim, você é um ótimo profissional, com vários cursos, especializações e anos de experiência, mas não divulga ou não comenta com seus pacientes o que sabe, muda o número do celular e não passa aos antigos pacientes, não carrega cartões de visita, não se atualiza ou vai mal arrumado atender seus pacientes.
O sucesso pode ser algo pessoal que neste caso é intrínseco uma sensação somente sentida por você, ou um sucesso extrínseco que neste caso é o sujeito popular, nos dois você pode ter um terceiro sucesso que é o financeiro. Independente de qual sucesso você quer o importante é ser feliz e você não deve se frustrar não der certo algo que gostaria tanto, continue tentando que quando for a hora certa vai acontecer.
15 – Você quer mais clientes? Quais clientes?
Os pacientes “clientes”, vêm e vão, por alta ou morte assim é sempre bom, termos novos clientes. Só que temos um limite diária, semanal e mensal de atendimento, portanto nem muito e nem pouco.
Quero os clientes que acreditem no meu trabalho e cofiem que a nossa profissão pode fazer diferença para eles.
Contato: wilson.giraldelli@gmail.com