*artigo atualizado em junho de 2021.
O uso das ondas elétricas como forma de terapia é antigo. Com o passar do tempo e com a evolução da tecnologia, a eletroterapia se tornou ainda mais importante dentro da fisioterapia, contribuindo para a analgesia e para a estimulação muscular, inclusive nas paralisias faciais.
Confira como atua a corrente FES nas paralisias faciais e como essa modalidade de eletroterapia pode auxiliar na recuperação desses pacientes.
O que é FES
FES é a sigla em inglês para Estimulação Elétrica Funcional. Trata-se de um tipo de eletroterapia que é utilizada para contrair músculos comprometidos. O aparelho promove as contrações por meio de pulsos elétricos em micro ou milissegundos e com uma frequência controlada, resultando em contrações mais fisiológicas e que engajam as unidades motoras dos músculos.
Como funciona a corrente FES
O aparelho realiza a contração muscular por meio da estimulação elétrica, gerando uma resposta na unidade motora do músculo.
As frequências de pulsos utilizadas na corrente FES variam entre 30 e 80 MHz e têm duração de pulso entre 200 e 600 microssegundos. Apesar desses serem os parâmetros mais aplicados, podem ser alterados, dependendo do tratamento a que se destinam.
Para haver contração, é preciso aplicar uma sequência de estímulos programada com repetição e frequência apropriadas. Essa série de estímulos é denominada trem de pulso. O fisioterapeuta é quem determina o tempo entre dois trens de pulso e período de repouso, para evitar a fadiga.
A corrente FES é indicada para tratar traumas, paralisia cerebral, AVC, lesão medular, espasmos, imobilização de membros por longos períodos, entre outros.
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Tipos de paralisia
Há dois tipos básicos de paralisia: paralisia central e a paralisia periférica. Elas se manifestam de maneiras diferentes devido às inervações comprometidas.
A paralisia também pode ser parcial ou total. Na paralisia parcial há diminuição do movimento, desde um grau mais leve até graus mais severos, mas ainda assim existe algum movimento. Já na paralisia total, há ausência completa de movimentação.
FES nas paralisias faciais
FES é um recurso bastante utilizado na paralisia facial pois diminui o grau de atrofia muscular e evita a esclerose parcial do músculo, mas só vai apresentar efeito quando houver alguma contração muscular.
Para utilizar a corrente FES nas paralisias faciais, o eletrodo a ser acoplado tem que ser pequeno, de até 1 cm, e deve ser colocado sobre o ponto motor correspondente à musculatura afetada.
O tempo da rampa de contração deve ser entre 4 e 6 segundos e o tempo da rampa de relaxamento entre 12 e 18 segundos. Já a frequência deve ficar entre 20 e 50 hz devido aos tipos de fibras musculares presentes na face, e a intensidade é dada de acordo com a sensibilidade e resposta de contração muscular do paciente.
Entretanto, é difícil saber o parâmetro correto a ser utilizado na corrente FES nas paralisias faciais sem antes avaliar a real situação do paciente.
Diferentes tratativas
É importante ressaltar que esta é apenas uma sugestão para a utilização da corrente FES nas paralisias faciais. A tratativa não deve ser usada como parâmetro fixo para tratamento, até porque é preciso observar também se o paciente está na fase flácida (começo / até três meses após a paralisia) ou se já está na fase de sequelas (após os três meses).
Em cada uma dessas fases, a tratativa é diferente e tudo muda no paciente, desde a sensibilidade até a resposta motora, por isso não tem outro jeito: o profissional terá de avaliar e buscar na literatura a melhor maneira de lidar com esse paciente.
Cuidados a serem tomados no uso do FES
- Não utilizar sobre a pele irritada;
- Manter contato dos eletrodos com a pele;
- Analisar corretamente o tamanho do eletrodo — que varia de acordo com a técnica usada, a resposta que se deseja obter, o local em que será aplicado e o tamanho do músculo a ser trabalhado;
- Condução uniforme da corrente em todos os pontos.
O tratamento também não deve ser aplicado na área da faringe ou em regiões com a sensibilidade alterada, em gestantes, em pacientes com câncer e com trombose arterial ou venosa.
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